Nota da Juco – Tratamento precoce é o impeachment!

Não há medicamento que não traga, em maior ou menor grau, efeitos adversos ao organismo; o que faz com que uma medicação seja empregada em determinado tratamento é ter benefícios que superam os malefícios. Partindo dessa lógica, se um medicamento qualquer (digamos, a hidroxicloroquina), de acordo com sociedades científicas de saúde (OMS, FDA, CFM, AMB, Sociedade Brasileira de Infectologia…), não acarreta em benefícios no tratamento de indivíduos acometidos por determinada enfermidade (usemos a COVID-19 como exemplo), então restam somente os malefícios, certo? Exatamente. Não por acaso, Bolsonaro e seus aliados dispuseram de propaganda massiva a respeito do tratamento precoce como um dos carros-chefe de sua política genocida: uma “solução” capaz de suscitar a ideia de que a pandemia é menos grave por ter “tratamento”, estabelecer acordos que favorecem as classes dominantes e, agravar os quadros de saúde de pessoas contaminadas pelo vírus, aumentando as já altíssimas perspectivas de óbito no Brasil.

Por indução, há em nossa classe muitos que consideram o tratamento precoce uma boa intenção (melhor alguma coisa do que nada). Contudo, é preciso se atentar a algumas questões para compreender o genocídio como um jogo de interesses apitado por Bolsonaro, que faz poucos ganharem dinheiro enquanto muitos perdem a vida. Será coincidência que o dono da ASPEN, uma das maiores fabricantes de cloroquina no Brasil, seja um bolsonarista ferrenho? Não. Será coincidência que o dono da EMS, fabricante do genérico que Bolsonaro recomendou ao ficar doente e dono da 16ª maior fortuna do país tenha conseguido uma reunião com o presidente para tratar da pandemia ainda em 20 de março de 2020, quase um ano antes da criação de um comitê de combate à crise sanitária? Não.

Enquanto os brasileiros agonizam no aguardo da vacina, diante da perspectiva de uma terceira onda da doença nos próximos meses, o governo federal gastou mais de 90 milhões de reais em remédios com ineficácia comprovada, o popular Kit Covid . Essa quantia, que seria o suficiente para comprar 6 milhões de doses, acabou mais uma vez no bolso dos amigos da milícia que ocupa o planalto. Como sempre acontece no mundo capitalista, a vida de milhares de trabalhadores foi trocada pelo cada vez maior acúmulo da burguesia. 

Integrado à ação da burguesia nacional, o imperialismo contribuiu com o agravamento da situação.  Após tomarem para si insumos e medicamentos, desconsiderando as vidas das demais populações globais, os Estados Unidos – então presididos por Trump -, ao atestar a ineficácia da hidroxicloroquina, enviaram milhares de doses para o seu mascote, o Brasil. Agora, além de propositalmente dificultarem o combate à pandemia em Cuba e na Venezuela e de passarem por cima de toda América Latina, ainda usam nosso país como quarto de despejo, sem que, claro, não deixem de receber os créditos por tamanha gentileza. 

No lugar da esperança mentirosa para um povo desesperado que encontra-se privado da respiração, no lugar da suposta bondade imperialista baseada na enganação, queremos, merecemos e lutamos por políticas que nos permitam existir.

Punição ao genocida e vacina para o povo já!

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