UPS

   

Unidade Popular e Sindical

Somos a Unidade Popular e Sindical – UPS, organização de massa ligada programática e ideologicamente à Unidade Comunista Brasileira – UCB.
 
Nossa origem remonta ao processo de ruptura de um agrupamento de militantes com o Partido Comunista Brasileiro, no período de abertura democrática do regime empresarial-militar. Luiz Carlos Prestes, após muitas décadas dirigindo o PCB em condições adversas de clandestinidade, semiclandestinidade e exílio, inicia um denso e importante processo de autocrítica do seu papel como dirigente comunista e do próprio Partido, expressado na “Carta aos Comunistas” (1980). Neste período nasce a tendência Avançando Sindical, formada por militantes inspirados nas posições revolucionárias de Prestes, e através da qual participamos da fundação e construção da Central Única dos Trabalhadores – CUT. Em 1990 fundamos o Movimento Avançando Sindical, braço sindical da Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes com o qual participamos, a partir de 2003-2004, de outras tentativas de construção de uma central sindical combativa da classe trabalhadora, após nossa ruptura com a CUT. Recentemente, em julho de 2019, em meio a um processo de debate interno e reaproximação com camaradas de diversos estados, criamos a Unidade Popular e Sindical – UPS.
 
Nos propomos a ser um instrumento de luta, organização e protagonismo da classe trabalhadora e das massas populares brasileiras do campo e da cidade. Organizando as trabalhadoras e trabalhadores com ou sem emprego, sindicalizados ou não, com a flexibilidade de buscar as mediações táticas mais adequadas que potencializem a elevação do nível de consciência e organização do proletariado diante das contemporâneas metamorfoses no mundo do trabalho.
 
Consideramos fundamental ter em conta as particularidades do capitalismo dependente brasileiro e o fardo histórico dos resquícios de nosso passado escravista e colonial, compreendendo a maneira como as marcas negativas deste passado foram refuncionalizadas e incorporadas ao processo de modernização conservadora que consolidou o capitalismo monopolista de Estado em nosso País. Por aqui, a burguesia nativa se organiza como classe através do Estado, exercendo formas mais ou menos explícitas de poder autocrático, combinadas por vezes com uma democracia de cooptação que possui pouca flexibilidade, pois nossa burguesia dependente e sem projeto de nação tem muito pouco a ceder para as massas exploradas e oprimidas.
 
Essas especificidades da realidade brasileira também reafirmam, para nós, a importância de considerar a maneira como formas de dominação anteriores ao capitalismo, como o patriarcado e o racismo, são incorporadas e servem para legitimar e perpetuar a superexploração da classe trabalhadora e a dependência externa do País em relação ao imperialismo. Ainda mais com o acirramento da crise estrutural do capital, que acentua as tendências protofascistas de setores políticos lacaios do imperialismo, como consequência necessária da decadência ideológica da burguesia na fase imperialista do capitalismo.
 
Reivindicamos, com seus erros e acertos, todas as lutas e experiências históricas protagonizadas pelo proletariado que enfrentaram o capitalismo, o imperialismo, o fascismo e o colonialismo ao longo do século XX, especialmente no Leste Europeu, América Latina, África e no Oriente, reconhecendo a imensa contribuição do movimento comunista internacional para a luta das mulheres e para a luta antirracista. Trajetória que é hoje ocultada ou distorcida por aqueles que buscam fazer com que os explorados e oprimidos desconheçam sua história de lutas e conquistas. Por isso, reivindicamos a importância de lideranças revolucionárias como Luiz Carlos Prestes, Che Guevara, Carlos Fonseca, Schafik Handal, Fidel Castro, Manuel Marulanda, Cecilia Magni, Hugo Chávez, Gregório Bezerra, Olga Benário, Elisa Branco e tantas outras que dedicaram toda sua vida à causa da emancipação humana.
 
Para nós, não é “mero detalhe” defender um internacionalismo que seja capaz de ser solidário com os povos do mundo contra todos os ataques e intervenções imperialistas. Somos solidários à Revolução Socialista Cubana, ao processo bolivariano na Venezuela, ao processo sandinista na Nicarágua e à todas as lutas anti-imperialistas travadas pelos povos do mundo.
 
Acreditamos que é preciso forjar um projeto estratégico para a construção do socialismo no Brasil, e isso passa por derrotar o bloco de forças sociais composto pelo latifúndio (mais moderno ou mais atrasado), pelos monopólios e pelo imperialismo. Não se pode ter ilusão e nenhuma aliança com estes setores, seja no campo econômico ou na esfera política. É preciso disputar política e ideologicamente na base da sociedade por este novo projeto, o que compreende também fazer todas as batalhas em defesa das pautas imediatas pelos direitos, pela manutenção e ampliação das políticas sociais e pelo acesso à vida digna para o conjunto das classes trabalhadoras. Nesta concepção estratégica consideramos fundamental o legado de Luiz Carlos Prestes, principalmente em sua autocrítica exposta publicamente a partir de 1980, desenvolvendo os fundamentos para a superação do etapismo e a construção de uma estratégia socialista para a revolução brasileira.
 
Enquanto UPS construímos a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora como instrumento autônomo, combativo e capaz de unificar os explorados e oprimidos, com ou sem emprego, sindicalizados ou não, para forjar a luta contra o capital e superar a fragmentação e a conciliação. Por meio da Intersindical também construímos a Federação Sindical Mundial – FSM, ferramenta da classe trabalhadora em nível internacional na luta contra o capitalismo e o imperialismo.