Nota da Juco – AUXÍLIO, LOCKDOWN E VACINA PARA TODOS JÁ!

Enquanto os bancos receberam um pacote trilionário para manterem sua liquidez durante a pandemia, a classe trabalhadora recebeu R$ 600 (esse valor, uma conquista da oposição), R$ 500, e mais recentemente, R$ 300 reais. Em contraste, outros países da América Latina adotaram políticas de seguridade para garantir o sustendo material de seus cidadãos. A Argentina, no início da pandemia, deu inicio ao programa Ingreso Familiar de Emergencia que garantiu $10 mil pesos (cerca de R$ 800 reais) a cerca de 9 milhões de famílias, e recentemente (abril, 2021) liberou um reforço de $15 mil pesos (aproximadamente R$ 900 reais) para os programas de Asignación Universal por Hijo y por Embarazo (Benefício universal por filho e de Gravidez) [1 e 2].

A Venezuela, por sua vez, ratificou um programa com medidas de proteção econômicas à trabalhadores autônomos e do setor privado, assumiu a folha de pagamento de pequenas e médias empresas e proibiu a execução de dívidas e despejos enquanto da duração da pandemia no país [3 e 4]. O Bono Especial Quédate En Casa, como foi chamado o programa, contemplou mais de 6 milhões de venezuelanos. Em Cuba – um dos países que melhor lidou com a pandemia, com apenas 512 mortes confirmadas –, o vínculo trabalhista foi garantido à todos os trabalhadores que tiveram suas atividades paralisadas por conta do isolamento social; aos que estavam desempregados ou afastados de seu emprego no período anterior à Covid-19, também houve garantia salarial temporal até o controle epidemiológico [5 e 6]

Curiosamente, a deteriorada situação econômica dos três países citados, que possuem uma arrecadação muito menor em comparação ao Brasil, não impediu a aplicação de recursos para garantir a segurança de suas populações. Para os trabalhadores brasileiros, o genocídio como projeto: auxílio curto, alta inflação e ausência de um plano de vacinação. Bolsonaro insiste em uma contradição inexistente entre o combate à pandemia e a recuperação econômica, onde uma anularia completamente a outra. No entanto, o exemplo que se tem dos países que melhor tiveram recuperação econômica após a pandemia é o de rigor na contenção da disseminação do vírus e amparo à população mais pobre, justamente a que mais sofreu com os efeitos da pandemia na economia.

Diante de exemplos que mostram o contrário das políticas sanitárias e econômicas adotadas pelo Governo Bolsonaro como as mais efetivas na contenção da disseminação, fica evidente que a má gestão da pandemia não é mera obra do acaso ou um erro pontual, mas sim que este é o projeto de Bolsonaro e de Paulo Guedes para o povo brasileiro: dê sua vida e sua saúde para preservar os lucros de grandes empresários e de especuladores. Se nossas vidas não valem a perda de uma parcela dos lucros dos capitalistas, fica evidente que a classe trabalhadora é vista como mero instrumento de produção de riquezas para esses parasitas, sendo completamente descartável. É preciso pôr um fim a isso e apontar que as mortes que temos hoje são resultado de uma escolha do Governo Bolsonaro para atender à necessidade de lucro dos empresários.

Fontes
[1] http://noticias.anses.gob.ar/noticia/ingreso-familiar-de-emergencia-calendario-del-tercer-pago-3576

[2] http://noticias.anses.gob.ar/noticia/raverta-el-lunes-la-anses-comienza-a-pagar-el-refuerzo-de-pesos-3858

[3] http://www.minci.gob.ve/presidente-maduro-ratifica-medidas-economicas-para-la-proteccion-de-las-pymes/

[4] https://www.vtv.gob.ve/inicia-pago-de-bono-quedate-en-casa-a-6-millones-de-trabajadores/

[5] https://www.who.int/countries/cub/

[6] http://www.granma.cu/cuba-covid-19/2020-03-31/preguntas-y-respuestas-ante-la-covid-19-teletrabajo-enfermedad-interrupcion-laboral-madres-trabajadoras-y-sector-no-estatal

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