Unir a esquerda nas eleições do DCE da UFT para derrotar a direita e o governo Bolsonaro
A direita que se reúne em torno do governo Bolsonaro está destruindo o Brasil para instituir um país tão pobre, miserável e subdesenvolvido quanto àquele que havia até a década de 20 do século passado. O projeto deles representa cem anos de regressão social, com o agravante de que agora somos mais de 200 milhões de habitantes, e o poder de destruição do capitalismo é muito maior.
A Ementa Constitucional 95/2016 congelou os investimentos públicos por 20 anos, e no caso da educação, o problema foi aprofundado pelos cortes de recursos e pela intervenção em sua democracia interna. Soma-se a isso a eliminação dos direitos trabalhistas conquistados há 80 anos, a reforma da previdência que pretende impedir o direito a aposentadoria de milhares de brasileiros e brasileiras, o fim das garantias estabelecidas na Constituição de 1988, a devastação do Cerrado e da Amazônia e de outros biomas necessários ao equilíbrio ambiental do planeta, a privatização de todas as empresas públicas ainda existentes e a entrega da Base de Alcântara.
O fascista Bolsonaro foi eleito por toda a direita para ser a mão forte contra a tentativa de se criar um Estado social e uma economia regulada e forte no Brasil. A fórmula econômica de Paulo Guedes é a mesma que tem sido responsável pelo colapso dos direitos sociais e da economia argentina. Os analistas econômicos de plantão da Globo, Rodrigo Maia e todo o bloco de direita que enganosamente é chamado de “centrão”, estão fechados na agenda econômica que está destruindo o Brasil.
As posições reformistas podem levar ao erro de pensar que é possível salvar as instituições e os direitos em aliança com parte da direita que está apoiando a agenda econômica de Bolsonaro. E definitivamente, não é possível! Todo o bloco de sustentação do governo é nosso inimigo, pois tem o mesmo propósito, a destruição do Estado brasileiro e dos direitos do povo trabalhador. A neutralidade política é uma ilusão e representa a derrota certa em tempos de governos da extrema direita.
As pessoas e as organizações precisam tomar posição contra as políticas de direita de todo o bloco de poder que está impondo a destruição do país. Derrotar Bolsonaro e todo o bloco que vota com ele e com Rodrigo Maia no Congresso Nacional é condição para existir universidades e institutos federais, Amazônia, empresas públicas, direitos, soberania nacional. Precisamos apresentar um projeto alternativo de sociedade e de poder. E isso precisa ser feito desde agora. Esperar a próxima eleição geral é compactuar com a destruição do Brasil.
O ‘’Future-se’’, programa que representa a extinção da Educação Pública Federal, apresentado pelo Ministério da Educação em 17 de julho, tem sido repudiado pelas comunidades acadêmicas de quase todas as 68 federais, que vêm realizando assembleias conjuntas e debates sobre o tema. Os Conselhos Universitários de 25 instituições federais de ensino superior já manifestaram oficialmente a rejeição ao programa ‘’Future-se’’.
Desde que o governo anunciou sucessivos cortes no orçamento da Educação Federal, docentes, estudantes e técnico-administrativos foram às ruas, junto com demais segmentos da sociedade, em defesa da educação. Após o anúncio do ‘’Future-se’’, os setores da Educação realizaram um dia de paralisação nacional. Em 13 de agosto, milhares foram novamente às ruas em protesto contra os ataques à educação. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os estudantes estão em greve por tempo indeterminado desde o dia 10 de setembro contra o ‘’Future-se’’ e o corte no orçamento da Educação Federal. Para dar segmento à mobilização, foi definida uma nova greve, agora de 48 horas, nos dias 2 e 3 de outubro.
Na UFT, onde oito em cada dez estudantes são de baixa renda, devemos reivindicar a revogação da EC 95 (Teto dos Gastos) e garantir a ampliação da assistência estudantil aos estudantes de baixa renda, indígenas e quilombolas. Precisamos de um movimento estudantil autônomo e combativo, construído desde a base, que não esteja atrelado aos interesses das oligarquias, do latifúndio e dos setores políticos que compõe o Governo Federal.
Todas e todos devem deixar em segundo plano suas diferenças pessoais e políticas. Devemos entender que neste momento todas as conquistas anteriores estão sob ataque. A demissão de funcionários terceirizados, a queda do número de bolsas de pesquisa cientifica, e o aumento da perseguição às mulheres, negros, LGBTQ+ e aos povos originários materializados nos cortes de auxílios, com suas exigências irreais e assistência desumanizada. Tudo isso denota uma gradual mudança no perfil do ensino público superior federal deixando de lado o caráter inclusivo e se aproximando de uma política policialesca onde o diferente deve se adaptar ou será jogado para as margens da sociedade. Em um Estado coronelista como o nosso, é o mesmo que roubar a única chance real de ascensão social desse povo até então esquecido.
Diante desse acumulo de ataques orquestrados pelo governo federal, convidamos todos os setores de esquerda e independentes identificados com essas posições para a construção de uma chapa unitária nas eleições do DCE da UFT, é nosso dever combater decisivamente toda a direita, o ‘’Future-se’’ e o governo Bolsonaro. Por uma universidade crítica, criadora e popular!
Juventude Comunista Brasileira – Juco
Coletivo Araguaia de Luta pela Educação – CALE
Coletivo Kizomba – Tocantins
Coletivo ParaTodos – Brasil
Movimento Enfrente – Por um novo Movimento Estudantil