Nota da Unidade Popular e Sindical – UPS e JUCO sobre a Consulta para a Reitoria da UFRGS na Gestão 2020 a 2024

Mesmo diante de um cenário de pandemia global, em que os trabalhadores e os estudantes estão enfrentando uma realidade muito dura e de difícil adaptação aos novos métodos de trabalho e de estudo, e quando o debate aprofundado e politizado se tornam tarefas difíceis, o Conselho Universitário (CONSUN) da UFRGS decidiu pela realização das eleições para a Reitoria. Para piorar, em uma reunião histórica, o CONSUN optou, sob liderança da atual reitoria, apoiada por uma minoria de docentes, e mesmo sob fortes e amplos protestos, pela manutenção do modelo antidemocrático de 70/15/15. Além disso, instituiu regras que, na prática, reduzem os votos válidos dos técnicos administrativos em educação e dos estudantes para menos de 15%.

Embora tenhamos compreensão do desânimo de discentes e técnicos em participar de um processo eleitoral sem representatividade, a UPS e a JUCO se manifestam a favor da participação no pleito. Somente com a mudança da atual gestão poderemos conquistar a paridade, já que todo seu poder se baseia nesse método. Além disso, um grupo cada vez maior de docentes vem combatendo essa lógica antidemocrática. Esses professores estão representados pela Chapa 3, candidatura construída a partir das pautas de todos os segmentos da Universidade e que busca o exercício da autonomia universitária como prática permanente, uma universidade de qualidade, plural, inclusiva e socialmente referenciada.

O voto, embora numericamente tenha pouco valor, politicamente é forte, já que pesa contra a atual reitoria o fato de ter perdido pelo critério paritário na última consulta eleitoral. Ademais, há grandes chances de vitória mesmo no modelo 70/15/15, já que ficou evidente para a comunidade universitária que a atual gestão só faz uso dos princípios da autonomia, democracia e defesa de uma universidade voltada para os reais problemas de sua comunidade quando estes lhe convém, o que não passa de retórica. As candidatas da Chapa 3, por sua vez, aplicam na prática, nas unidades em que atualmente são diretoras, os princípios que declararam em seu programa de gestão.

A UPS e a JUCO entendem que a consulta eleitoral é apenas um momento no processo de democratização da universidade, que não vamos construir o socialismo a partir da universidade, mas que seria ainda pior esquivar-se deste importante movimento.

É preciso se posicionar, avançar na construção de uma universidade democrática e popular e, nesse caminho, o voto é fundamental. Assim, considerando que o projeto representado pela Chapa 3 é o único que se origina de um movimento amplo, democrático e representativo (Movimento Virada) a UPS e a JUCO defendem a participação de todos na votação.

You may also like...