A unidade dos trabalhadores em luta: todo apoio à greve dos servidores estaduais!

Os últimos acontecimentos no Equador, Chile e especialmente na Bolívia demonstram que o capitalismo não tem nada de humano. Ou então, que a dominação da classe burguesa, para sua manutenção, recorre ao que temos de pior na humanidade. Diante de uma crise que lhe é intrínseca e, por isso, permanente, os detentores dos monopólios privados e os latifundiários encontram-se abrigados, em todas as partes do mundo capitalista, sob as vontades imperialistas, capitaneadas hoje pelo governo dos EUA.

Em todas as partes do mundo que o imperialismo busca se impor, vemos a crescente investida imperialista para exterminar direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora mundial ao longo da história, situação hoje agravada pelo impulso burguês para promover extermínio violento das frações mais conscientes do proletariado.

No Brasil, através de uma série de manipulações, que vão desde de mecanismos de difusão em massa de notícias falsas até a fraude judiciária que impediu a candidatura de Lula, se apossou da Presidência da República um miliciano e sua família – no sentido mafioso da palavra – que tem os anseios pervertidos de fazer ressurgir do esgoto da história as mais desumanas atrocidades. Embora a sua sanha libidinosa em reabilitar as medidas mais desumanas já vistas até hoje e o constante namoro com as malgradas ditaduras que tantas mazelas trouxeram ao povo, é somente na chamada pauta econômica que encontramos algum consenso entre as frações burguesas no país. E é exatamente esse consenso que encontra estímulo e amparo dos países imperialistas, diante de sua necessidade de recrudescimento da exploração de trabalhadoras e trabalhadores. É exatamente esse consenso que permitiu a existência de uma espécie de parlamentarismo velado em nosso país, colocando Rodrigo Maia e David Alcolumbre como verdadeiros capitães na implementação das medidas que visam atender os especuladores do mercado financeiro.

Neste contexto, o atual ciclo de contra-reformas do estado, da qual fazem parte a PEC da Morte (teto de gastos) e a contra-Reforma da Previdência, que uma vez perpetradas, abriram caminho para a atual proposta de contra-Reforma Administrativa, visando sempre transformar em mercadoria garantias sociais essenciais tais como saúde, educação, moradia, segurança pública, segurança alimentar, direito ao trabalho, entre outros.

O Estado do Rio Grande do Sul e os demais estados da federação não escapam dessas circunstâncias. Assim, o governador Eduardo Leite, do PSDB, promove hoje o maior ataque ao funcionalismo público já conhecido, em um contexto de 47 meses de atrasos e perdas salariais, em parte herdados do governo Sartori, do PMDB. Em seu pacote de maldades, Eduardo Leite busca cumprir a agenda burguesa de mercantilização crescente dos serviços públicos essenciais. Busca assim, fazer valer em sua esfera de governo a vontade do imperialismo.

Em resistência a esse pacote de medidas regressivas, o magistério estadual, através do CPERS, deflagrou greve, constituindo uma importante vanguarda e motivando a deflagração de greve de demais categorias de trabalhadores do serviço público estadual.

Nesta primeira semana, a greve dos professores sofreu um duríssimo bloqueio midiático dos  monopólios de comunicação de massa. Contudo, a sociedade gaúcha percebe hoje que já não restam alternativas aos trabalhadores públicos e, se não tem oferecido apoio incondicional, não tem combatido os grevistas.  As comunidades escolares tem apoiado a greve. A entrada de outras categorias reforça e revigora a luta.

Justamente neste momento de força do movimento dos trabalhadores estaduais, Eduardo Leite foge para Brasília, alegando agenda de trabalho, para evitar receber os grevistas. E é nesses momentos que a história nos dá o privilégio de observar qual a diferença  entre o farsante e entre o governante fiel ao voto popular que o elegeu.

No mesmo Palácio Piratini e da mesma cadeira de Governador, Leonel Brizola combateu, junto com os trabalhadores, a tentativa de golpe cívico-militar em 1961, na importante Campanha da Legalidade. Ao invés utilizar a Brigada Militar para promover a repressão aos trabalhadores com o uso desmedido da violência, Brizola torna a cadeira do Governador do Estado um posto de combate ao entreguismo do país aos anseios imperialistas, pois os golpistas de 1961 e depois de 1964 buscavam reforçar laços de dependência com o bloco imperialista, em um contexto da emergente ampliação do socialismo no mundo.

Sem fazer justiça a sua própria história de defesa do povo gaúcho, a Brigada Militar se submete hoje a um governo que tudo faz para massacrar os trabalhadores do estado, que segue tratando com descaso o salário dos trabalhadores e expulsando o povo à cacetadas do Palácio Piratini.

Os problemas do Rio Grande do Sul e do Brasil não serão resolvidos com truculência policial-militar. A utilização do aparato militar contra a mobilização popular só demonstra o caráter fajuto e antidemocrático dos governos. Os trabalhadores que hoje estão em greve precisam se manter firmes e mobilizados, buscar manter e ampliar o já alcançado apoio popular e impor uma derrota a este governo que hoje vira as costas para o povo e governa em favor do privilégio de uns poucos. Todo o apoio à greve dos servidores estaduais!

A vitória necessária da classe trabalhadora não virá da mão de nenhum governante, mas sim será resultado da nossa capacidade de organização. A nossa força está na unidade de todos os trabalhadores em sua luta pelo poder, para que assim seja possível que os genuínos produtores de toda a riqueza social possam desenvolver um governo verdadeiramente democrático.

UCB-RS

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